Saturday, March 24, 2007

Mutações


CONCEITO

Mutações gênicas são mudanças repentinas que ocorrem nos genes, ou seja, é o processo pelo qual um gene sofre uma mudança estrutural. As mutações distinguem-se das aberrações por serem alterações a nível de ponto, envolvendo a eliminação ou substituição de um ou poucos nucleotídeos da fita de DNA.

ORIGEM
Adição ou subtração de bases A adição ou subtração de bases altera o código genético, definido pela seqüência de três bases adjacentes no mRNA, e consequentemente poderá alterar o tipo de aminoácido incluído na cadeia protéica e, em última analise, poderá alterar a expressão fenotípica. Substituição de bases A substituição de uma purina (adenina e guanina) por outra purina, ou de uma pirimidina (citosina e timina) por outra pirimidina é denominada de transição. A substituição de uma purina por uma pirimidina, ou vice-versa é denominada de transversão.


AGENTES MUTAGÊNICOSOs

agentes mutagênicos são de natureza química ou física. A seguir é descrito alguns agentes e suas ações. Agentes Físicos a) temperatura Em determinados organismos a variação de 10ºC pode duplicar a taxa de mutação. b) Radiações b1) Ionizantes São os raios X, alfa, beta e gama. Atuam alterando a valência química, através da ejeção (expulsão) de elétrons. A taxa de mutação é geralmente proporcional à dosagem de irradiação (principalmente no caso de raio X). Esta regra se aplica à quantidade de danos mas não à qualidade. Uma única mutação poderá ser de importância vital para o organismo. No homem, quando a dosagem é inferior à 50 mR (miliroentgens) não se percebe qualquer lesão imediata, embora alguns efeitos nocivos ocultos possam ocorrer como a indução de leucemia e redução do tempo de vida. b2) Excitantes São os raios que atuam aumentando o nível de energia do átomo, tornando-os menos estáveis. O exemplo típico é a ultra violeta que provoca dímeros de timina através de ligações covalentes. Os raios ultra violeta não penetram tão bem quanto os raios X, mas são prontamente absorvidos por alguns pontos específicos do indivíduo.

Agentes Químicos

Existem várias substâncias químicas com efeito mutagênico, entre elas pode-se citar o HNO2, hidroxilamina e a cafeína. O ácido nitroso e a hidroxilamina (NH4)OH atuam provocando substituição de bases. A cafeína, por exemplo, é um derivado da purina; várias purinas foram indicadas como substâncias que causam quebras nos cromossomos de plantas e bactérias. Por este motivo, sempre houve grande interesse pela cafeína por causa da grande quantidade que o homem civilizado ingere através do chá ou café. Em experimentos com ratos não foi encontrado nenhuma quebra de cromossomos quando estes foram tratados com doses máximas toleráveis. Quando células humanas, em cultura de tecido, foram expostas a solução de cafeína, foram encontradas algumas quebras cromossômicas. Foi relatado que havia evidências de que a cafeína tem um efeito mutagênico fraco. Em bactérias descobriu-se que a adenosina, constituinte do ATP anulava a ação da cafeína e de outros derivados de purinas. Ela também reduz a quantidade de mutações espontâneas.

ASPECTOS GERAIS

Origem de novos alelos A mutação proporciona o aparecimento de novas formas de um gene e, consequentemente, é responsável pela variabilidade gênica. Entretanto, o processo de melhoramento, via mutação, não é muito usado por ser caro, trabalhoso e de resultado incerto. Em caso de necessidade, é mais fácil fazer uso da variabilidade genotípica obtida pelos processos meióticos, do que tentar gerar variabilidade gênica. Podem ser reversíveis As mutações podem se reverterem, mas a mutação nos dois sentidos não ocorrem com a mesma taxa. A reversão requer uma mudança especifica, mas a mudança original pode ocorrer em qualquer um dos nucleotídeos da estrutura do gene. Em mutações espontâneas tem sido verificado que u (taxa de mutação) é aproximadamente 10 vezes superior a v (taxa de retromutação). Mutações espontâneas vs induzidas As mutações serão ditas espontâneas quando as causas que deram origem à alteração no DNA são desconhecidas. Quando se conhece a causa diz-se que a mutação foi induzida. Em geral, as mutações espontâneas ocorrem em proporção de 1/10^6 a 1/10^5. Através da indução pode-se aumentar a freqüência da mutação, mas, de maneira geral, não se pode orientá-la, no sentido desejado.
Um exemplo de uma mutação espontânea vantajosa é o cultivar de soja "Viçoja" mutante originado de plantações de soja. Nestas plantações surgiu uma planta mais alta, tardia e que não segregou dando origem, posteriormente, ao cultivar "UFV - 1". Podem ser recorrentes Como as mutações se repetem tanto no tempo como no espaço, podemos associá-las a determinadas taxas, e deduzirmos teoricamente o seu efeito como agente de alterações da freqüência gênica de uma população. Podem ser hereditárias A mutação será hereditária quando atingir uma estrutura gamética ou qualquer órgão que venha contribuir para a formação da geração descendente. Uma mutação somática poderá ser transmitida de geração após geração, quando a espécie em consideração contar com algum processo que permita a multiplicação da mutação na área somática. Este fato é freqënte quando a espécie contar com qualquer processo de propagação vegetativa.



Noticia:

A mesma equipe que decifrou um terço do genoma humano divulgou nesta quarta-feira (07) o mais completo estudo dos genes encontrados em tumores. Ao todo, 250 milhões de “letras” do código genético de 210 tipos de câncer foram decifradas, cobrindo 500 proteínas e 1000 mutações. No trabalho, os cientistas descobriram que há muito mais genes agindo ativamente no desenvolvimento do câncer do que antes se imaginava.


“O câncer é uma doença do DNA. Ao identificar mais mutações e mais genes podemos entender melhor os defeitos das células cancerosas e descobrir quem são os principais culpados”, explicou ao G1 um dos líderes do trabalho, Andrew Futreal, do Instituto Sanger, no Reino Unido. “Com isso, teremos mais alvos para intervenções médicas,” diz ele.

A equipe do cientista estudou genes que produzem proteínas conhecidas como “quinases”, que funcionam como interruptores moleculares, ligando e desligando processos como crescimento, divisão e morte das células. “Esse grupo de proteínas é o que mais apresenta mutações no câncer,” explica Futreal. “Seu mau funcionamento é um verdadeiro gatilho da formação de tumores.”

Ao fazer isso, eles descobriram que o número de genes que iniciam o desenvolvimento do câncer é muito maior do que o que se pensava. Dos 500 genes, pelo menos 120 tinham mutações desse tipo, apelidadas de “mutações motoristas”. “Esse termo descreve as mutações que são importantes no desenvolvimento da doença.

As demais, a maioria, são as ‘mutações passageiras’, alterações genéticas que ‘pegam carona’, mas que não parecem instigar nada”, conta o cientista.Estudar as mutações dos tumores é importante não apenas para buscar novos tratamentos contra a doença -- o que já é, por si só, muito importante --, mas também porque elas são verdadeiros “registros arqueológicos” da doença. Com esses dados é possível descobrir o que causou o câncer inicialmente, na maioria das vezes muitos anos antes da doença ser detectada.

O objetivo dos cientistas é ter um catálogo completo de todos os genes envolvidos em todos os tumores no futuro. Para isso, no entanto, será necessário ainda muito trabalho e tecnologias mais avançadas de análises de DNA. Segundo Futreal, a iniciativa tem o potencial para causar uma verdadeira revolução no tratamento do câncer.

Células cancerosas usadas no estudo americano.

O trabalho do grupo de Futreal foi publicado na edição desta semana da prestigiada revista científica britânica “Nature”, ao lado de outro estudo, na mesma área, de cientistas americanos do Hospital de Pesquisa Infantil de St. Jude, em Memphis, no Tennessee.
James Downing e seus colegas analisaram 350 mil letras do código genético de 242 pacientes com um tipo de câncer que afeta o sistema de defesa do nosso organismo, ao atacar os glóbulos brancos.

A chamada leucemia linfoblástica aguda afeta, principalmente, crianças.No trabalho, eles descobriram novos alvos de tratamento, ao identificar novas mutações que contribuem para a doença. Além de dar uma esperança para os pacientes da doença, o feito também mostra novas maneiras de procurar causas de tumores em adultos


Sida

· SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

A SIDA constitui a primeira pandemia da segunda metade do século XX e é originária da África central, onde provavelmente se produziu a primeira infecção de um ser humano.

· Um estudo retrospectivo, realizado com soros armazenados, mostra-nos o primeiro caso de infecção por VIH no Zaire em 1959. Os primeiros casos constatados nos Estados Unidos ocorreram por volta de 1968. Segundo parece, após ter-se mantido localizado durante um tempo numa pequena zona de África central, o vírus começou a propagar-se pelo resto do continente. No princípio da década de sessenta, passou às Caraíbas e dali chegou à Europa e à América. Em 1981 foram declarados os primeiros casos nos Estados Unidos e hoje, na maioria dos países, a SIDA é considerada um problema de saúde pública.
· A hipótese mais plausível para origem do VIH é a sua derivação de vírus que infectam os símios. Uma vez infectado um homem nalguma região do bosque africano, a sua passagem ao mundo urbano e a sua difusão explicar-se-ia através de fenómenos demográficos e sociais que tiveram lugar nesse continente, precisamente na década de setenta, tais como a descolonização, que levou consigo movimentos de população devido às perseguições tribais e políticas. Por outro lado, começaram as campanhas de vacinação massivas e a luta contra as doenças sexualmente transmissíveis, com o risco em alguns casos documentados, do uso da mesma seringa sem condições de esterilização. Transfusões sanguíneas com sangue contaminado também poderão ter contribuído para a disseminação da doença.
· O síndrome de uma doença representa o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam essa doença. No caso da SIDA, depende da fase em que o indivíduo se encontra (ver mais abaixo).
· A SIDA é uma imunodeficiência porque o sistema imunitário (que faz a defesa do nosso organismo) é atacado e vai ficando cada vez mais debilitado até que deixa de ter capacidade de resposta. Adquirida quer dizer que a doença não é hereditária e desenvolve-se após o nascimento por contacto com um agente (no caso da SIDA, VIH)
· O Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) fig.1 é um vírus ARN (retrovírus) com a capacidade de produzir ADN (fig.2) através de um enzima - a transcriptase reversa - infectando principalmente os linfócitos T4 (fulcrais no estímulo da resposta imunitária) fig.3 e outras células imunitárias (macrófagos, monócitos, etc.).
·



Noticia:

Vírus da Sida pode ser atacado
2007/02/14 21:58
Cientistas descobriram ponto vulnerável, que pode ser o alvo de uma vacina. Revista Nature considera que investigadores «revelaram um buraco na armadura do HIV, o que abre uma nova via para enfrentar o desafio».

Cientistas descobriram um ponto vulnerável, uma espécie de calcanhar de Aquiles, do vírus da Sida, que pode ser o alvo de uma vacina visando a neutralização do vírus de imunodeficiência humana (HIV), noticia a agência Lusa.
«Criar uma vacina contra o HIV é um dos grandes desafios científicos do nosso tempo», declarou em comunicado Elias Zerhouni, director dos Institutos Nacionais de Saúde americanos (NIH), considerando que os investigadores «revelaram um buraco na armadura do HIV, o que abre uma nova via para enfrentar o desafio».
A difusão do HIV, que infectou cerca de um por cento da população adulta mundial, e a ausência até hoje de uma vacina eficaz explicam-se pela «capacidade do HIV-1 escapar a uma neutralização dos anticorpos», sublinham os investigadores na revista científica britânica Nature.
Em constante mutação, o HIV muda frequentemente de configuração mas deve conservar as partes estáveis para continuar a fixar-se aos receptores CD4 das células do sistema imunitário que ele infecta para aí se reproduzir.
Peter Kwong (NIAID/NIH) e os seus colegas examinaram à escala atómica a evolução passo-a-passo da configuração do sítio de ligação entre a glicoproteína viral 120 (GP120) e o receptor CD4 da célula-hóspede.
Uma imagem conseguida através de raios-X desta mesma ligação, efectuada pela equipa de Kwong em 1998, tinha já permitido identificar certos sítios do vírus que podiam ser alvos de medicamentos ou vacinas, tendo também revelado a extensão das defesas de que dispõe o HIV, relembra o Instituto Nacional Americano contra as Alergias e as Doenças Infecciosas (NIAID).
Durante estes últimos trabalhos, os investigadores puderam visualizar como é que o anti-corpo b12, descoberto no sangue de pessoas cujo sistema imunitário parece resistir durante muito tempo ao HIV, cria uma ligação química estável com a molécula viral gp120.
Este anti-corpo liga-se à molécula viral gp120 no mesmo sítio onde esta última se pode agarrar ao receptor CD4, porta de entrada nas células imunitárias, explicou o NIAID num comunicado.
Ao fixar-se à molécula viral, o anticorpo impede-o de entrar na célula imunitária, mais ou menos como uma pastilha elástica colada na ponta de uma chave a impediria de entrar numa fechadura.
«Um dos nossos primeiros objectivos é desenvolver vacinas contra o HIV que poderiam estimular os anticorpos neutralizantes», declarou Gary Nabel, um dos autores do trabalho.

Alergias

Alergias
As alergias representam um estado de hipersensibilidade mediado por mecanismos imunológicos. São uma resposta anormal de defesa do organismo diante da presença de agentes estranhos (alérgenos) que normalmente não afectam a maioria das pessoas.
Estas reacções são provocadas pelos mastócitos (fig.1), células que contêm grânulos de heparina (acção anticoagulante) e histamina (provoca reacções alérgicas). Os indivíduos com predisposição hereditária acabam por produzir anticorpos em maior quantidade de uma classe especial, chamada Imunoglobulina E (IgE), que se fixam às membranas dos mastócitos. Caso entrem em contacto com os seus antigénios (alérgenos) específicos, promovem a libertação do conteúdo celular para o meio extracelular, desencadeando processos alérgicos. Os pacientes alérgicos apresentam uma elevada concentração de IgE e de eosinófilos.
Fig.1 - Mastócitos (a roxo) libertam histaminas quando em contacto com os alérgenos (bolas amarelas)
Os órgãos mais comummente afectados são a pele, os olhos, os ouvidos e os tractos respiratório e gastrointestinal.

Principais Alérgenos:

Ácaros do pó da casa (fig.2)
Pólen (fig.3)
Alguns alimentos
Picadas de insectos



Fig.2 - Ácaro


Ácaros
Estes aracnídeos são muito pequenos e vivem no pó da casa. Num grama de pó, podem viver 20 000 ácaros. O seu habitat ideal é quente e húmido o que torna a cama um lugar privilegiado

para a existência destes animais.


Principais Sintomas:

Espirros frequentes
Obstrução das vias respiratórias
Ataques de asma
Reacções cutâneas
Principais Factores:
Genéticos
Ambientais

O que se pode fazer?

Arejar a casa diariamente.
Evitar alcatifas, carpetes e ter cuidado até com os cortinados.
Lavar a roupa da cama com água muito quente.
Evitar ter peluches nos quartos.
Usar aspirador em vez da vassoura.
Comprar um produto anti-ácaros.

Noticias:

Nanopartícula combate alergia respiratória

Da redação09/11/2004
A empresa japonesa Lion Corp., fabricante de medicamentos e produtos de higiene, anunciou o desenvolvimento de uma nanopartícula, medindo cerca de 10 nanômetros de diâmetro, capaz de aliviar os sintomas das reações alérgicas ao pólen.
O produto, batizado de HitecSilica, é recoberto com um filme inorgânico à base de óxido de silício, ou sílica. Quando a sílica atinge a superfície do grão de pólen, o óxido quebra a estrutura da superfície da partícula de pólen. Segundo a empresa, suas pesquisas mostraram que a quebra de sua superfície evita que o pólen libere os alergenos que causam os espirros.
A empresa também desenvolveu um spray para roupas, utilizando sua nova tecnologia. A HitecSilica está em fase de aprovação pelas autoridades médicas do Japão. A empresa não anunciou que o produto deverá chegar ao mercado.

Noticias:

Biotecnologia ajuda a reduzir alergias alimentares

O biólogo Victor Augustus Marin, pesquisador do setor de Biologia Molecular da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, estuda as possibilidades de utilizar a Biotecnologia para retirar dos alimentos os compostos causadores de alergias. "No mundo, cerca de 2% da população adulta é alérgica a algum tipo de alimento e, nas crianças, esse percentual chega a 8%", afirma Marin. "E a Biotecnologia moderna poderá oferecer a oportunidade de diminuir, ou mesmo de eliminar, os compostos que provocam essas alergias", completa. Veja a seguir a entrevista com o pesquisador Marin em que ele explica, entre outros temas, como a Engenharia Genética pode ajudar a reduzir a alergia causada por alimentos como a soja e o trigo.
· Terra: Quais são os alimentos que mais causam alergia?
· Marin: Leite, ovos, amendoim, castanhas, peixe, crustáceos, soja, trigo, entre outros. Entretanto, essa lista foi elaborada pelo Codex Alimentarius em 1999, sendo que as alergias alimentares podem ser causadas por uma ampla variedade de alimentos, em torno de 160.
· Terra: Como a Biotecnologia pode contribuir para a redução das alergias alimentares?
· Marin: A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a Biotecnologia moderna poderá oferecer a oportunidade de diminuir, ou mesmo de eliminar, os compostos que provocam alergias. Existem várias pesquisas que visam a eliminação da alergia causada pela ingestão do trigo, do leite, do amendoim e da soja.
· Terra: Como a OMS apóia a utilização da Engenharia Genética para eliminar os compostos que provocam alergias?
· Marin: Para os países em desenvolvimento, os produtos com benefícios na produção ou na saúde da população são sempre bem-vindos. De acordo com a OMS são necessários estudos com uma avaliação holística (quais são os benefícios à saúde, à nutrição, à segurança etc.). A OMS está desenvolvendo guias e princípios para a avaliação da segurança alimentar, reforçando os já existentes, e trabalhando para um maior fortalecimento entre os órgãos intergovernamentais. A entidade acredita também que são necessários mecanismos efetivos, tanto nacional como internacionalmente, para uma melhor análise do risco (a qual é composta pela avaliação do risco, manejo do risco e comunicação do risco), envolvendo consumidores e outras partes interessadas.
· Terra: Como se retiram dos alimentos os compostos causadores de alergias?
· Marin: Vamos dar como exemplo a soja. Em vários estudos, tem sido verificado que mais de 65% dos pacientes sensíveis à soja reagem somente a uma determinada proteína (Gly m Bd 30 K, também referida como P34). Em razão disso, pesquisadores do Donald Danforth Plant Science Center, da University of Arkansas for Medical Sciences, da Pioneer Hi-Bred International e da Du Pont Experimental Station obtiveram uma soja transgênica, inserindo o gene antisense da P34, ficando o mesmo silenciado na planta de soja, ou seja, não produzindo a proteína que causa alergia. Mas por enquanto, essa soja transgênica não é comercializada.
· Terra: Existem alimentos transgênicos que causam alergia?
· Marin: Os experimentos científicos mostram que os riscos que as plantas transgênicas podem ter em causar alergia ou qualquer outro problema a nós consumidores é o mesmo que as demais plantas obtidas através de outros métodos. No entanto, não significa que se devam liberar as plantas transgênicas no mercado sem a avaliação da segurança alimentar. Muito pelo contrário. Deve-se avaliar não só as plantas transgênicas, mas também as obtidas pela agricultura convencional e agricultura orgânica. Realmente, ocorreu um problema com uma soja transgênica da empresa Pionner, onde foi introduzido um gene que causava alergia em certas pessoas, porém, esse gene, oriundo da castanha-do-Brasil (antiga castanha-do-Pará), causa alergia se uma pessoa ingerir a soja transgênica ou a castanha-do-Brasil, ou seja, o erro foi querer utilizar um gene que codificava para uma proteína que era naturalmente alergênica. Hoje, para não acontecer isso e as empresas não perderem milhões de dólares em investimentos ou terem que fazer recalls, faz-se a análise das seqüências de aminoácidos e verifica-se a não-alergenicidade da proteína. Caso contrário, a utilização desse gene já é descartada no início da pesquisa.
· Terra: Os alimentos GM que não provocam alergias já são comercializados?
· Marin: Existem várias pesquisas, mas, que eu saiba, nenhum produto é comercializado.
· Terra: Quais outros problemas de saúde a Biotecnologia pode reduzir?
· Marin: A aplicação da moderna Biotecnologia pode apresentar novas oportunidades para a saúde humana. Os benefícios incluem alimentos com o conteúdo nutricional alterado (como o arroz com maior quantidade de vitamina A), a produção de plantas-vacina (como a alface que combate o vírus da hepatite B), a produção de biofarmacêuticos em plantas transgênicas (como a produção de uma proteína humana em milho para, depois de isolada, ser utilizada em cirurgias de transplante) e a diminuição do potencial alergênico das plantas.

Redação Terra
Sistema Imunitário

O sistema imunitário é composto por órgãos linfóides (fig.1), células e moléculas que estabelecem entre si uma complexa rede de comunicações, e tem como finalidade permitir a nossa defesa contra infecções provocadas por agentes patogénicos como as bactérias, os vírus, os fungos ou por alguns parasitas eucariontes. É um sistema que assiste e suporta o balanço entre o "eu" (self) e o "não - eu" (non-self) ao longo da vida, desenvolvendo e activando mecanismos e estratégias próprias.





Fig.1 - Distribuição dos tecidos e órgãos linfóides (adaptado do "Manual Merck")




Fig.2 - Vírus Influenza (retirado da páginaportalblegear)

Componentes do sistema imunitário

As células do sistema imunitário têm origem na medula óssea onde muitas delas também amadurecem. Posteriormente, migram para supervisionar os tecidos, circulando no sangue e no sistema linfático.
As células pluripotentes hematopoiéticas estaminais da medula óssea dão origem a células estaminais de potencial mais limitado (fig.5).






Fig.5 – Células efectoras(linhagem linfóide)


Mecanismos de defesa
Existem dois tipos diferentes de mecanismos de defesa:

· Mecanismos de defesa não específica;

· Mecanismos de defesa específica.

Mecanismos de defesa não específica

Os agentes patogénicos são impedidos de entrar no organismo pelos mecanismos de defesa não específica, também designados por imunidade inata ou natural, ou são destruídos quando conseguem penetrar. Estes mecanismos desempenham uma acção geral contra corpos estranhos, independentemente da sua natureza, e exprimem-se sempre da mesma forma.
Os mecanismos de defesa não específica que impedem a entrada dos agentes patogénicos são as barreiras anatómicas (pele, mucosas e pêlos das narinas), as secreções (produzidas pelas glândulas sebáceas, sudoríparas, salivares e lacrimais) e os enzimas (existentes no suco gástrico).
Os mecanismos de defesa não específica que actuam sobre os agentes patogénicos que conseguiram transpor as barreiras externas são a reacção inflamatória, a fagocitose, o interferão e o sistema complemento.

Reacção inflamatória

No local onde os agentes patogénicos conseguem penetrar no organismo vai produzir-se uma reacção inflamatória traduzida por uma sequência de acontecimentos que visam neutralizar ou destruir esses agentes. No tecido lesionado, alguns tipos de células como os mastócitos e os basófilos produzem histaminas e outras substâncias. Estes sinalizadores químicos, para além de funcionarem como atracção de neutrófilos e outros leucócitos para a área danificada - quimiotaxia, provocam a dilatação dos vasos sanguíneos e o aumento da permeabilidade dos mesmos. Como consequência, vai aumentar o fluxo sanguíneo, responsável pelo calor e rubor local, e a quantidade de fluído intersticial, originando um edema. A dor, normalmente associada, é devida à distensão dos tecidos e à acção de várias substâncias nas terminações nervosas.
Cerca de meia hora a uma hora após o início da reacção inflamatória, os neutrófilos e os monócitos começam a atravessar as paredes dos capilares – diapedese (fig.6), e a passar para os tecidos infectados. Os monócitos transformam-se então em macrófagos.






Fig.6 - Diapedese (retirado da página da "biorama")



Os macrófagos que já existiam nos tecidos que foram invadidos multiplicam-se e tornam-se móveis. Estas células, os macrófagos resultantes da diferenciação dos monócitos e os já existentes nos tecidos que são infectados, fagocitam os corpos estranhos e destroem-nos em vacúolos digestivos por acção de enzimas hidrolíticas - fagocitose .

Os neutrófilos têm capacidade para fagocitar cerca de 20 bactérias enquanto os macrófagos têm capacidade para fagocitar cerca de 100 (fig.8 - 11)




Fig.8 – Células que participam na resposta inata

A febre pode impedir a proliferação de micróbios e melhorar a resposta imunológica pelo aumento da capacidade bactericida, migratória dos glóbulos brancos e aumento na produção de interferão contra certos vírus. A sensação que a pessoa febril sente faz com que poupe energia e descanse, funcionando também através do maior trabalho realizado pelos linfócitos e macrófagos com a vasodilatação causada pelo aquecimento.
Após a reacção inflamatória pode ocorrer a reparação tecidular, ou formarem-se abcessos ou granulomas. Os abcessos ocorrem quando a lesão tecidular é muito grande e se forma uma bolsa de pus constituído por microrganismos invasores, leucócitos e restos de tecidos liquefeitos. O granuloma ocorre quando os microrganismos são incluídos em células fagocitárias, mas não são destruídos e em torno dessas células fagocitárias dispõem-se outras, sendo todo o conjunto circundado por uma cápsula fibrosa.

Interferão

Os interferões são proteínas produzidas por certas células quando atacadas por vírus ou por parasitas intracelulares. Estas proteínas não apresentam especificidade pois podem inibir a replicação de diversos vírus. Os interferões difundem-se, entram na circulação e ligam-se à membrana citoplasmática de outras células, induzindo-as a produzir proteínas antivirais que inibem a replicação desses vírus. O interferão não é uma proteína antivírica mas induz a célula a produzir moléculas proteicas antivirais.

Sistema complemento

Este sistema é constituído por cerca de 25 proteínas no estado inactivo que se encontram em maior concentração no plasma sanguíneo e também nas membranas celulares. No âmbito da defesa inespecífica, estas proteínas servem para facilitar a fagocitose de agentes estranhos ou para perfurar as paredes celulares das bactérias conduzindo à sua lise.
O sistema complemento também actua como mecanismo de defesa específica para complementar a actividade dos anticorpos na destruição das bactérias.

Mecanismos de defesa específica
A resposta imunitária específica subdivide-se em três funções: o reconhecimento do agente invasor como corpo estranho, a reacção do sistema imunitário que prepara agentes específicos que intervêm no processo e a acção desses agentes que neutralizam e destroem os corpos estranhos.

A imunidade específica refere-se então à protecção que existe num organismo hospedeiro quando este sofreu previamente exposição a determinados agentes patogénicos e pode ser mediada por anticorpos (imunidade humoral) ou mediada por células (imunidade celular).

Imunidade Humoral (Humores – sangue e linfa)

Quando um antigénio entra num organismo e chega a um órgão linfóide, vai estimular os linfócitos B que possuem na membrana receptores específicos para esse antigénio. Como resposta, os linfócitos B dividem-se e formam células que sofrem diferenciação, originando plasmócitos e células – memória. Os plasmócitos têm um retículo endoplasmático desenvolvido e produzem anticorpos específicos para cada antigénio. Os anticorpos são posteriormente lançados no sangue ou na linfa e vão circular até aoAs células – memória ficam inactivas, mas prontas a responder rapidamente, caso venha a acontecer um posterior contacto com o antigénio.
Os anticorpos actuam de três formas distintas:
Os anticorpos ligam-se a toxinas bacterianas e levam à sua posterior neutralização (fig.15). As toxinas livres podem reagir com os receptores das células hospedeiras enquanto que o mesmo não acontece com o complexo anticorpo-toxina.
Os anticorpos também neutralizam completamente partículas virais e células bacterianas através da sua ligação às mesmas. O complexo anticorpo-antigénio é ingerido e degradado por macrófagos.

A activação do sistema complemento no âmbito da defesa específica, é feita através do revestimento de uma célula bacteriana por anticorpos. Os anticorpos fixos formam receptores para a primeira proteína do sistema complemento o que leva ao desencadeamento de uma sequência de reacções que conduz à formação de poros e à destruição da célula.
O revestimento de antigénios por anticorpos é reconhecido como elemento estranho pelos fagócitos (macrófagos e leucócitos polimorfonucleares) que os ingerem e destroem. Este processo designa-se por opsonização

Imunidade mediada por células

Os linfócitos T têm capacidade para reconhecer alguns antigénios que se ligam a marcadores da superfície de certas células imunitárias (fig.17). Se uma bactéria for fagocitada por um macrófago, os fragmentos resultantes da fagocitose ligam-se a certos marcadores superficiais desse macrófago que os exibe e apresenta aos linfócitos T. A exposição e ligação de linfócitos T com o antigénio específico estimula a sua proliferação.

Existem diferentes tipos de linfócitos T que desempenham funções específicas:

· Linfócitos T auxiliares (TH de helper) – estes linfócitos reconhecem antigénios específicos ligados a marcadores e segregam mensageiros químicos que estimulam a actividade de células como os fagócitos, os linfócitos B e outros linfócitos T.

· Linfócitos T citolíticos (citotóxicos – TC) - estes linfócitos reconhecem e destroem células infectadas ou células cancerosas (vigilância imunitária, neste caso). Quando estão activos, migram para o local de infecção ou para o timo e segregam substâncias tóxicas que matam as células anormais.

· Linfócitos T supressores (TS) - estes linfócitos, através de mensageiros químicos, ajudam a moderar ou a suprimir a resposta imunitária quando a infecção já está controlada.

· Linfócitos T memória (TM) - estes linfócitos vivem num estado inactivo durante muito tempo, mas respondem de imediato aquando de um posterior contacto com o mesmo antigénio.

Memória imunitária

A resposta imunitária primária traduz-se pelo aumento da produção de anticorpos para um determinado antigénio até atingir um valor máximo, começando de seguida a baixar gradualmente.
O primeiro contacto com o antigénio provoca a proliferação e diferenciação de células efectoras (Linfócitos T auxiliares, Linfócitos T citolíticos, Linfócitos T supressores) e de células-memória.
As células – memória são responsáveis pela resposta imunitária secundária mais rápida, de maior intensidade e de duração mais longa, dado que o antigénio específico é reconhecido e há maior eficácia na proliferação de células efectoras para o seu combate e produção de mais células – memória.
As células efectoras duram apenas alguns dias enquanto as células – memória podem viver muito tempo, ou até toda a vida, armazenadas no baço e nos gânglios linfáticos, ficando o organismo hospedeiro imune a esse agente patogénico.

Selecção clonal/ Produção de anticorpos

Cada linfócito que penetra na corrente sanguínea é portador de receptores de antigénio com apenas uma única especificidade (monoespecífico). A especificidade desses receptores é determinada por um mecanismo genético que actua durante o desenvolvimento dos linfócitos na medula óssea e no timo. Cada linfócito é portador de um receptor de especificidade única e os milhões de linfócitos, cada um com uma especificidade diferente, formam o repertório. Nos órgãos linfóides periféricos é seleccionado um linfócito que expressa um receptor de superfície de uma única especificidade de ligação ao antigénio, estimulando-o a proliferar e a se diferenciar, focalizando assim a resposta imune adaptativa naquele agente patogénico. Este processo, selecção clonal (fig.18), é utilizado também para impedir o surgimento de células auto-reativas. Os clones de linfócitos com receptores que se ligam fortemente aos constituintes próprios no timo e na medula óssea são eliminados por apoptose para que o conjunto circulante de linfócitos seja tolerante aos componentes próprios.




Em suma, a imunidade (inata e adquirida) Tabela I, em sentido lato, consiste nos diversos processos fisiológicos que permitem ao organismo reconhecer, neutralizar e eliminar substâncias que lhe são estranhas e células lesionadas, envelhecidas, anormais ou mutantes.

*Podem citar-se como exemplos as lisozimas e as interleucinas que se ligam a determinados padrões moleculares existentes em diversos agentes patogénicos.

Biologia





Biotecnologia
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Moléculas de insulina humana.
Biotecnologia é tecnologia baseada na biologia, especialmente quando usada na agricultura, ciência dos alimentos e medicina. A Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU possui uma das muitas definições de biotecnologia:[1]
"Biotecnologia significa qualquer aplicação tecnológica que use sistemas biológicas, organismos vivos ou derivados destes, para fazer ou modificar produtos ou processos para usos específicos."
A definição ampla de biotecnologia é o uso de organismos vivos ou parte deles, para a produção de bens e serviços. Nesta definição se esquadram um conjunto de atividades que o homem vem desenvolvendo há milhões de anos, como a produção de alimentos fermentados (pão, vinho, iogurte,cerveja, etc.). Por outro lado a biotecnologia moderna se considera aquela que faz uso da informação genética, incorporando técnicas de DNA recombinante.

Dna Recombinate:

1- ´´Abertura`` da molecula de DNA do plasmideo, num ponto especifico, pela enzima de restrição.

2- Isolamento de genes de interrese noutras moleculas de Dna ´´dadoras``recorrendo a enzimas de restrição do mesmo tipo.
3- junção do gene a inserir, do plasmideo e de ligases do Dna.

4- Ligação do gene ao plasmideo formando se o Dna recombinante.

5-Introdução do plasmideo recombinante em bacterias, que funcionam como celulas hospedeiras do novo gene.

6-Produção da proteina desejada a partir do Dna recombinante.


Noticia:

A associação EuropaBio publicou o “Manifesto da Biotecnologia Verde”, um documento no qual analisa a situação europeia da biotecnologia agrícola e assinala questões que actualmente entravam o crescimento do sector.


Publicado em: 14-03-2007 10:35 Fonte: Agrodigital.com

Para esta organização de biotecnologia, o sector europeu tem sido refreado pela falta da plena implementação do processo de autorização de organismos geneticamente modificados e pela falta de um mercado único de sementes, a par de uma falta de reconhecimento da liberdade dos países comercializarem com produtos agrícolas.

Acresce que, na opinião da EuropaBio, a União Europeia tem que apostar na promoção da coerência das políticas sobre biotecnologia e da informação veiculada ao público; também há que promover políticas que respeitem os países em desenvolvimento.

Nos últimos anos, a biotecnologia agrária tem conhecido um rápido crescimento, tendo sido adoptada, em 2006, por 10,3 milhões de agricultores em 22 países, que cultivaram 102 milhões de hectares. Deste total, cerca de 90 por cento corresponde a pequenos agricultores inseridos em economias de subsistência, que retiram da biotecnologia mais rendimentos.

No entanto, na União Europeia, a biotecnologia agrícola não conheceu a mesma aceitação, escreve o Agrodigital, apesar de também ter aumentado o cultivo de organismos geneticamente modificados.

Para o presidente da EuropaBio, Hans Kast, «a biotecnologia agrícola brinda-nos com grandes oportunidades. Temos os produtos e as soluções, mas precisamos da acção política de líderes europeus para abrir o mercado europeu e oferecer uma verdadeira liberdade de escolha. Sem acção política, a Europa vai ficar fora desta tecnologia».