Alergias
As alergias representam um estado de hipersensibilidade mediado por mecanismos imunológicos. São uma resposta anormal de defesa do organismo diante da presença de agentes estranhos (alérgenos) que normalmente não afectam a maioria das pessoas.
Estas reacções são provocadas pelos mastócitos (fig.1), células que contêm grânulos de heparina (acção anticoagulante) e histamina (provoca reacções alérgicas). Os indivíduos com predisposição hereditária acabam por produzir anticorpos em maior quantidade de uma classe especial, chamada Imunoglobulina E (IgE), que se fixam às membranas dos mastócitos. Caso entrem em contacto com os seus antigénios (alérgenos) específicos, promovem a libertação do conteúdo celular para o meio extracelular, desencadeando processos alérgicos. Os pacientes alérgicos apresentam uma elevada concentração de IgE e de eosinófilos.
Fig.1 - Mastócitos (a roxo) libertam histaminas quando em contacto com os alérgenos (bolas amarelas)
Os órgãos mais comummente afectados são a pele, os olhos, os ouvidos e os tractos respiratório e gastrointestinal.
Principais Alérgenos:
Ácaros do pó da casa (fig.2)
Pólen (fig.3)
Alguns alimentos
Picadas de insectos
Fig.2 - Ácaro
Ácaros
Estes aracnídeos são muito pequenos e vivem no pó da casa. Num grama de pó, podem viver 20 000 ácaros. O seu habitat ideal é quente e húmido o que torna a cama um lugar privilegiado
para a existência destes animais.
Principais Sintomas:
Espirros frequentes
Obstrução das vias respiratórias
Ataques de asma
Reacções cutâneas
Principais Factores:
Genéticos
Ambientais
O que se pode fazer?
Arejar a casa diariamente.
Evitar alcatifas, carpetes e ter cuidado até com os cortinados.
Lavar a roupa da cama com água muito quente.
Evitar ter peluches nos quartos.
Usar aspirador em vez da vassoura.
Comprar um produto anti-ácaros.
Noticias:
Nanopartícula combate alergia respiratória
Da redação09/11/2004
A empresa japonesa Lion Corp., fabricante de medicamentos e produtos de higiene, anunciou o desenvolvimento de uma nanopartícula, medindo cerca de 10 nanômetros de diâmetro, capaz de aliviar os sintomas das reações alérgicas ao pólen.
O produto, batizado de HitecSilica, é recoberto com um filme inorgânico à base de óxido de silício, ou sílica. Quando a sílica atinge a superfície do grão de pólen, o óxido quebra a estrutura da superfície da partícula de pólen. Segundo a empresa, suas pesquisas mostraram que a quebra de sua superfície evita que o pólen libere os alergenos que causam os espirros.
A empresa também desenvolveu um spray para roupas, utilizando sua nova tecnologia. A HitecSilica está em fase de aprovação pelas autoridades médicas do Japão. A empresa não anunciou que o produto deverá chegar ao mercado.
Noticias:
Biotecnologia ajuda a reduzir alergias alimentares
O biólogo Victor Augustus Marin, pesquisador do setor de Biologia Molecular da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, estuda as possibilidades de utilizar a Biotecnologia para retirar dos alimentos os compostos causadores de alergias. "No mundo, cerca de 2% da população adulta é alérgica a algum tipo de alimento e, nas crianças, esse percentual chega a 8%", afirma Marin. "E a Biotecnologia moderna poderá oferecer a oportunidade de diminuir, ou mesmo de eliminar, os compostos que provocam essas alergias", completa. Veja a seguir a entrevista com o pesquisador Marin em que ele explica, entre outros temas, como a Engenharia Genética pode ajudar a reduzir a alergia causada por alimentos como a soja e o trigo.
· Terra: Quais são os alimentos que mais causam alergia?
· Marin: Leite, ovos, amendoim, castanhas, peixe, crustáceos, soja, trigo, entre outros. Entretanto, essa lista foi elaborada pelo Codex Alimentarius em 1999, sendo que as alergias alimentares podem ser causadas por uma ampla variedade de alimentos, em torno de 160.
· Terra: Como a Biotecnologia pode contribuir para a redução das alergias alimentares?
· Marin: A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a Biotecnologia moderna poderá oferecer a oportunidade de diminuir, ou mesmo de eliminar, os compostos que provocam alergias. Existem várias pesquisas que visam a eliminação da alergia causada pela ingestão do trigo, do leite, do amendoim e da soja.
· Terra: Como a OMS apóia a utilização da Engenharia Genética para eliminar os compostos que provocam alergias?
· Marin: Para os países em desenvolvimento, os produtos com benefícios na produção ou na saúde da população são sempre bem-vindos. De acordo com a OMS são necessários estudos com uma avaliação holística (quais são os benefícios à saúde, à nutrição, à segurança etc.). A OMS está desenvolvendo guias e princípios para a avaliação da segurança alimentar, reforçando os já existentes, e trabalhando para um maior fortalecimento entre os órgãos intergovernamentais. A entidade acredita também que são necessários mecanismos efetivos, tanto nacional como internacionalmente, para uma melhor análise do risco (a qual é composta pela avaliação do risco, manejo do risco e comunicação do risco), envolvendo consumidores e outras partes interessadas.
· Terra: Como se retiram dos alimentos os compostos causadores de alergias?
· Marin: Vamos dar como exemplo a soja. Em vários estudos, tem sido verificado que mais de 65% dos pacientes sensíveis à soja reagem somente a uma determinada proteína (Gly m Bd 30 K, também referida como P34). Em razão disso, pesquisadores do Donald Danforth Plant Science Center, da University of Arkansas for Medical Sciences, da Pioneer Hi-Bred International e da Du Pont Experimental Station obtiveram uma soja transgênica, inserindo o gene antisense da P34, ficando o mesmo silenciado na planta de soja, ou seja, não produzindo a proteína que causa alergia. Mas por enquanto, essa soja transgênica não é comercializada.
· Terra: Existem alimentos transgênicos que causam alergia?
· Marin: Os experimentos científicos mostram que os riscos que as plantas transgênicas podem ter em causar alergia ou qualquer outro problema a nós consumidores é o mesmo que as demais plantas obtidas através de outros métodos. No entanto, não significa que se devam liberar as plantas transgênicas no mercado sem a avaliação da segurança alimentar. Muito pelo contrário. Deve-se avaliar não só as plantas transgênicas, mas também as obtidas pela agricultura convencional e agricultura orgânica. Realmente, ocorreu um problema com uma soja transgênica da empresa Pionner, onde foi introduzido um gene que causava alergia em certas pessoas, porém, esse gene, oriundo da castanha-do-Brasil (antiga castanha-do-Pará), causa alergia se uma pessoa ingerir a soja transgênica ou a castanha-do-Brasil, ou seja, o erro foi querer utilizar um gene que codificava para uma proteína que era naturalmente alergênica. Hoje, para não acontecer isso e as empresas não perderem milhões de dólares em investimentos ou terem que fazer recalls, faz-se a análise das seqüências de aminoácidos e verifica-se a não-alergenicidade da proteína. Caso contrário, a utilização desse gene já é descartada no início da pesquisa.
· Terra: Os alimentos GM que não provocam alergias já são comercializados?
· Marin: Existem várias pesquisas, mas, que eu saiba, nenhum produto é comercializado.
· Terra: Quais outros problemas de saúde a Biotecnologia pode reduzir?
· Marin: A aplicação da moderna Biotecnologia pode apresentar novas oportunidades para a saúde humana. Os benefícios incluem alimentos com o conteúdo nutricional alterado (como o arroz com maior quantidade de vitamina A), a produção de plantas-vacina (como a alface que combate o vírus da hepatite B), a produção de biofarmacêuticos em plantas transgênicas (como a produção de uma proteína humana em milho para, depois de isolada, ser utilizada em cirurgias de transplante) e a diminuição do potencial alergênico das plantas.
Redação Terra
As alergias representam um estado de hipersensibilidade mediado por mecanismos imunológicos. São uma resposta anormal de defesa do organismo diante da presença de agentes estranhos (alérgenos) que normalmente não afectam a maioria das pessoas.
Estas reacções são provocadas pelos mastócitos (fig.1), células que contêm grânulos de heparina (acção anticoagulante) e histamina (provoca reacções alérgicas). Os indivíduos com predisposição hereditária acabam por produzir anticorpos em maior quantidade de uma classe especial, chamada Imunoglobulina E (IgE), que se fixam às membranas dos mastócitos. Caso entrem em contacto com os seus antigénios (alérgenos) específicos, promovem a libertação do conteúdo celular para o meio extracelular, desencadeando processos alérgicos. Os pacientes alérgicos apresentam uma elevada concentração de IgE e de eosinófilos.
Fig.1 - Mastócitos (a roxo) libertam histaminas quando em contacto com os alérgenos (bolas amarelas)
Os órgãos mais comummente afectados são a pele, os olhos, os ouvidos e os tractos respiratório e gastrointestinal.
Principais Alérgenos:
Ácaros do pó da casa (fig.2)
Pólen (fig.3)
Alguns alimentos
Picadas de insectos
Fig.2 - Ácaro
Ácaros
Estes aracnídeos são muito pequenos e vivem no pó da casa. Num grama de pó, podem viver 20 000 ácaros. O seu habitat ideal é quente e húmido o que torna a cama um lugar privilegiado
para a existência destes animais.
Principais Sintomas:
Espirros frequentes
Obstrução das vias respiratórias
Ataques de asma
Reacções cutâneas
Principais Factores:
Genéticos
Ambientais
O que se pode fazer?
Arejar a casa diariamente.
Evitar alcatifas, carpetes e ter cuidado até com os cortinados.
Lavar a roupa da cama com água muito quente.
Evitar ter peluches nos quartos.
Usar aspirador em vez da vassoura.
Comprar um produto anti-ácaros.
Noticias:
Nanopartícula combate alergia respiratória
Da redação09/11/2004
A empresa japonesa Lion Corp., fabricante de medicamentos e produtos de higiene, anunciou o desenvolvimento de uma nanopartícula, medindo cerca de 10 nanômetros de diâmetro, capaz de aliviar os sintomas das reações alérgicas ao pólen.
O produto, batizado de HitecSilica, é recoberto com um filme inorgânico à base de óxido de silício, ou sílica. Quando a sílica atinge a superfície do grão de pólen, o óxido quebra a estrutura da superfície da partícula de pólen. Segundo a empresa, suas pesquisas mostraram que a quebra de sua superfície evita que o pólen libere os alergenos que causam os espirros.
A empresa também desenvolveu um spray para roupas, utilizando sua nova tecnologia. A HitecSilica está em fase de aprovação pelas autoridades médicas do Japão. A empresa não anunciou que o produto deverá chegar ao mercado.
Noticias:
Biotecnologia ajuda a reduzir alergias alimentares
O biólogo Victor Augustus Marin, pesquisador do setor de Biologia Molecular da Fundação Oswaldo Cruz - Fiocruz, estuda as possibilidades de utilizar a Biotecnologia para retirar dos alimentos os compostos causadores de alergias. "No mundo, cerca de 2% da população adulta é alérgica a algum tipo de alimento e, nas crianças, esse percentual chega a 8%", afirma Marin. "E a Biotecnologia moderna poderá oferecer a oportunidade de diminuir, ou mesmo de eliminar, os compostos que provocam essas alergias", completa. Veja a seguir a entrevista com o pesquisador Marin em que ele explica, entre outros temas, como a Engenharia Genética pode ajudar a reduzir a alergia causada por alimentos como a soja e o trigo.
· Terra: Quais são os alimentos que mais causam alergia?
· Marin: Leite, ovos, amendoim, castanhas, peixe, crustáceos, soja, trigo, entre outros. Entretanto, essa lista foi elaborada pelo Codex Alimentarius em 1999, sendo que as alergias alimentares podem ser causadas por uma ampla variedade de alimentos, em torno de 160.
· Terra: Como a Biotecnologia pode contribuir para a redução das alergias alimentares?
· Marin: A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a Biotecnologia moderna poderá oferecer a oportunidade de diminuir, ou mesmo de eliminar, os compostos que provocam alergias. Existem várias pesquisas que visam a eliminação da alergia causada pela ingestão do trigo, do leite, do amendoim e da soja.
· Terra: Como a OMS apóia a utilização da Engenharia Genética para eliminar os compostos que provocam alergias?
· Marin: Para os países em desenvolvimento, os produtos com benefícios na produção ou na saúde da população são sempre bem-vindos. De acordo com a OMS são necessários estudos com uma avaliação holística (quais são os benefícios à saúde, à nutrição, à segurança etc.). A OMS está desenvolvendo guias e princípios para a avaliação da segurança alimentar, reforçando os já existentes, e trabalhando para um maior fortalecimento entre os órgãos intergovernamentais. A entidade acredita também que são necessários mecanismos efetivos, tanto nacional como internacionalmente, para uma melhor análise do risco (a qual é composta pela avaliação do risco, manejo do risco e comunicação do risco), envolvendo consumidores e outras partes interessadas.
· Terra: Como se retiram dos alimentos os compostos causadores de alergias?
· Marin: Vamos dar como exemplo a soja. Em vários estudos, tem sido verificado que mais de 65% dos pacientes sensíveis à soja reagem somente a uma determinada proteína (Gly m Bd 30 K, também referida como P34). Em razão disso, pesquisadores do Donald Danforth Plant Science Center, da University of Arkansas for Medical Sciences, da Pioneer Hi-Bred International e da Du Pont Experimental Station obtiveram uma soja transgênica, inserindo o gene antisense da P34, ficando o mesmo silenciado na planta de soja, ou seja, não produzindo a proteína que causa alergia. Mas por enquanto, essa soja transgênica não é comercializada.
· Terra: Existem alimentos transgênicos que causam alergia?
· Marin: Os experimentos científicos mostram que os riscos que as plantas transgênicas podem ter em causar alergia ou qualquer outro problema a nós consumidores é o mesmo que as demais plantas obtidas através de outros métodos. No entanto, não significa que se devam liberar as plantas transgênicas no mercado sem a avaliação da segurança alimentar. Muito pelo contrário. Deve-se avaliar não só as plantas transgênicas, mas também as obtidas pela agricultura convencional e agricultura orgânica. Realmente, ocorreu um problema com uma soja transgênica da empresa Pionner, onde foi introduzido um gene que causava alergia em certas pessoas, porém, esse gene, oriundo da castanha-do-Brasil (antiga castanha-do-Pará), causa alergia se uma pessoa ingerir a soja transgênica ou a castanha-do-Brasil, ou seja, o erro foi querer utilizar um gene que codificava para uma proteína que era naturalmente alergênica. Hoje, para não acontecer isso e as empresas não perderem milhões de dólares em investimentos ou terem que fazer recalls, faz-se a análise das seqüências de aminoácidos e verifica-se a não-alergenicidade da proteína. Caso contrário, a utilização desse gene já é descartada no início da pesquisa.
· Terra: Os alimentos GM que não provocam alergias já são comercializados?
· Marin: Existem várias pesquisas, mas, que eu saiba, nenhum produto é comercializado.
· Terra: Quais outros problemas de saúde a Biotecnologia pode reduzir?
· Marin: A aplicação da moderna Biotecnologia pode apresentar novas oportunidades para a saúde humana. Os benefícios incluem alimentos com o conteúdo nutricional alterado (como o arroz com maior quantidade de vitamina A), a produção de plantas-vacina (como a alface que combate o vírus da hepatite B), a produção de biofarmacêuticos em plantas transgênicas (como a produção de uma proteína humana em milho para, depois de isolada, ser utilizada em cirurgias de transplante) e a diminuição do potencial alergênico das plantas.
Redação Terra
2 comments:
tens aqui uma entrevista fixe...bom trabalho
Gostei do post... da entrevista principalmete! (y'
Me ajudou muito em um trabalho que realizei dias atrás e me trouxe muitas informações que desconhecia.
Parabéns e espero que forneçam mais informações sobre alimentos transgênicos e temas que são bastante abrangentes... ^^
Até maais...
Espero mais posts. =D
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